A tecnologia trouxe várias benefícios para a o ser humano… menos, humanidade.
Os tempos modernos são, realmente, modernos. E, com tantas inovações tecnológicas, redes sociais, aplicativos de comunicação seria fácil dizer que as pessoas estão cada vez mais conectadas! Mas, a verdade, é que não estão.
Os relacionamentos têm mudado tanto e tão drasticamente que muitas pessoas estão perdidas: não sabem o que fazer, o que dizer, como agir. Não apenas nos relacionamentos amorosos: há amizades que só se mantêm em “curtidas” nas redes sociais e, até mesmo, aquelas que acabam por mensagens no WhatsApp. Quando falamos de afetividade então, percebemos que as pessoas estão ainda mais perdidas. Com tanta gente, tantas opções, será que vou conseguir encontrar um amor de verdade?
Mas não são apenas as milhares de opções que confundem. O que dizer da facilidade de acesso à informação, exponenciada pelo smartphone? Já está comum vemos um casal, durante um encontro, que não consegue desgrudar do celular. Cada vez mais mensagens instantâneas e menos olho no olho. Além de não conseguir deixar de lado o telefone, guarda-lo enquanto está na companhia do outro, muitas pessoas não conseguem esconder o aparelho de si mesmas.
Assim, vejo inúmeros jovens de 20, 30 anos que, ao invés de apreciar um bom momento, numa passeio na natureza, num show ou em uma festa, optando por registrar esses mesmos momentos em fotos e vídeos que são, rapidamente, publicadas nas redes sociais… Ao invés de vivenciar aquela experiência, preferem clicar um momento e acompanhar o que os seus seguidores acharam, checando reações, comentários, curtidas e compartilhamentos. Por que não levar alguns momentos “apenas” na memória?
Positividade Digital
Eu sou muito positiva em relação às ferramentas e soluções que a internet e o meio digital trouxeram para as nossas vidas e acredito, realmente, que essa modernidade nos ajudará a crescer e evoluir. Até porque acredito que ainda temos muito mais a desenvolver. Porém, percebo que aparecem alguns obstáculos nessa vida digital e, os principais deles são a dificuldade em estar só; a dificuldade em encontrar a própria tribo e a dificuldade em valorizar os próprios desejos.
Nesse universo de posts e compartilhamentos, de curtidas e comentários, as pessoas tendem a ficar, cada vez mais, homogêneas. Assim, os desejos passam a ser mais “coletivos” do que individuais – o importante é estar no lugar da moda, fazer a mesma viagem da qual todos estão falando, viver relacionamentos de determinada maneira (cada vez mais desapegados).
Nesse momento, eu te pergunto: será que na modernidade fica mais fácil ou mais difícil se conectar com o seu coração e amar verdadeiramente? Ou será que é mais importante passar a vida inteira correndo atrás de coisas com as quais nem me importo, lendo status de Facebook de pessoas que eu nem conheço, de dois mil “amigos” que eu tenho mas não significam nada para mim?
Parte do tempo que passamos conectadas, observando os perfis e postagens alheias, não poderiam ser usadas numa reflexão interior, numa meditação ou em alguma atividade que nos coloque em contato conosco?
Eu sugiro que, agora, você inspire e expire. Inspire a verdade que está em você, e expire aquilo que é do outro, do coletivo, mas que não te convém; inspire o que você realmente quer e expire o que são os desejos dos outros; inspire, expire, respire. Que tal dizer não ao que pesa nesse momento da sua vida? Que tal deixar de lado o fardo que você não quer mais carregar?
Nessa modernidade toda nós temos que dizer “não” aos hábitos que nos são impostos. Perceba: há muita coisa acontecendo no “coletivo”. E, algumas delas, estão nos tirando a nossa originalidade e outras características pessoais com as quais nascemos. Lembre-se: você não é obrigada a ser como os outros, a seguir os seus passos.
Miria Kutcher