Escolha responsabilidade e encontrará poder nos relacionamentos.
Às vezes, alguns posts no Facebook me deixam pensativa. Incrível a quantidade de ataques e críticas que vemos aqui e ali, pessoas que costumam fazer referência a colegas ou amigos invejosos, a quem responsabilizam por determinado insucesso.
Entretanto, a rede social é só um reflexo do mundo aqui fora. E nesse mundo externo, todos estamos acostumados a culpar alguém pelo que não deu certo para nós ou para os outros. Para alguns, a culpa é dos pais, por fazerem de mais ou de menos. Para outros, os responsáveis são o chefe, o professor ou a televisão.
Eu entendo porque desenvolvemos essa tendência, acho que para muitos é mais fácil assumir um papel passivo na vida. Tudo o que precisamos fazer, então, é sentar ali e esperar que o destino ou as outras pessoas atuem sobre nossa existência e nos levem a algum lugar. E se esse lugar não for aquele que desejamos, não tem problema. Afinal, a culpa de ter chegado ali não foi nossa.
Embora essa postura pareça quase indolor, ela é pouco produtiva. Quando responsabilizamos outras pessoas pelo que acontece em nossas vidas estamos atribuindo a elas muito mais do que culpa. Estamos atribuindo poder.
Para entender melhor esse conceito, vamos rever juntas o que falamos até agora, mas sob uma ótica diferente. Quando uma mulher culpa o ex-namorado pela solidão que sente atualmente, na verdade está atribuindo a ele o poder de influenciar a maneira como ela se sente. Na verdade, ela concede ao ex o poder de determinar seu estado de espírito.
É preciso reconhecer que estamos delegando ao outro uma parte muito importante de nossas vidas. A diferença entre erro e acerto, sucesso ou fracasso. E isso não vale apenas para relacionamentos afetivos. Isso vale para todo o resto.
Quando estamos descontentes no trabalho e atribuímos ao chefe ou a nossos colegas a responsabilidade por nossas frustrações, estamos delegando a eles o poder que deveria ser nosso. O poder da escolha. O poder de escolher um caminho ou outro e a maneira certa de trilhá-lo. O poder de, talvez, fazer um curso de especialização ou pensar em uma nova carreira.
Mesmo que pareça fácil, em um primeiro momento, assumir um papel secundário em nossa própria vida, os resultados podem ser desastrosos. Não há pessoa melhor para assumir as rédeas de nossa vida do que nós mesmos. Só nós sabemos o que queremos da vida. Só nós sabemos o que nos faz feliz.
Não estou dizendo aqui que você não tem o direito de lamentar o que fizeram com você, ou de ficar chateada com a forma como alguém agiu com você. O que estou dizendo é que é essencial assumir a sua responsabilidade nisso também. E sempre temos alguma. Não somos perfeitos. Às vezes, assumir nossas imperfeições é o primeiro grande passo para nos fortalecer.
Então, que tal treinar diariamente para assumir o papel principal de sua vida? Lembre-se de que ela é feita de escolhas. Mesmo quando você se senta e espera que outros decidam por você, você está fazendo uma escolha. Não escolher é uma escolha.
Assumir responsabilidade pode parecer assustador, mas é importante entender que, em termos de relacionamentos, responsabilidade é sinônimo de poder. E no seu caso, não há ninguém melhor do que você para assumir essa função!
É hora de ter mais de confiança e viver plenamente suas escolhas. Se algo der errado, relaxe. Esqueça aquela tendência de procurar culpados. Em vez disso, aprenda com os erros. Estabeleça padrões e formule melhor a próxima escolha. Depois de exercer seu poder de decisão, você vai perceber que se relacionar com os outros vai ficar muito mais fácil.
Miria Kutcher