A culpa por sofrer

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Dediquei esse mês de agosto ao tema SOFRIMENTO, como parte do projeto “Transformação com EFT – Quebrando o hábito de ser eu mesma – quebre o hábito do sofrimento”.

Quero terminar o tema do mês com um aspecto que não abordei e que não pode ser negligenciado – a CULPA que sentimos por sofrer, principalmente nós mulheres.

O sofrimento tem sua cara, seu motivo, uma razão. Não dá para fingir que não existe ou perdemos a batalha, ou muitas vezes perdemos a guerra por negligenciarmos o sofrimento.

A nossa experiência humana nos dá a oportunidade de crescer, apresentando acontecimentos na nossa vida tais como términos de relacionamentos, falecimento de alguém que amamos, perda de dinheiro, doenças, medo de escuro, entre outros tantos. Sofremos e sofremos por inúmeros motivos, e cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, como poetisou Caetano Veloso.

Quero insistir em afirmar que “A dor é inevitável, o sofrimento é opcional” conforme dito em outro texto. Não podemos controlar o término de um relacionamento, mas podemos parar o ciclo do sofrimento depois de um tempo, pois o luto acontece depois de qualquer finalização mas não podemos viver esse luto para sempre!

Mas, e a CULPA POR SOFRER, que carregamos dentro de nós e nem reconhecemos? Pois não basta sofrer, precisamos também adicionar culpa nesse sofrimento, porque ERRAMOS AO SOFRER!

Por um minuto eu te convido a voltar a infância e se imaginar criança. Eu vou te contar a história de uma menininha qualquer, que pode se parecer com você ou não. Essa menininha em questão chora, chora, chora, por tudo. Porque cai, porque machuca, porque a mãe atrasa para buscá-la na escola e ela acha se vai ser abandonada, porque o pai não liga no aniversário, porque a avó só dá atenção ao irmão, porque ela não tem amigos na escola, porque ela se sente sozinha. Mas, por mais “banal” que possa parecer o sentimento que faz a menininha chorar, lembre-se que ela é só uma garotinha, que está crescendo com o tal “engole o choro” toda vez que deseja um abraço. Que escuta “para de chorar” quando quer ouvir “eu te amo” da mãe. Que acredita que “para de frescura” seja a solução.

Essa garotinha quando vira uma mulher, pode carregar na fase adulta esse sentimento de que não consegue aproximar as pessoas e consequentemente os relacionamentos dela ficam quebrados e distanciados, principalmente pela CULPA que se esconde por trás dessa menininha que não recebeu o que pediu. “Parece que meu choro, meu sofrimento, me separa de quem eu amo”, pode concluir a menininha!

Essa história parece muito distante de você? Consegue solidarizar com essa menina ou mulher que hoje anda por aí? Como você lida com o sofrimento hoje: aceita e escolhe transformar ou se fecha e sofre pela culpa de sofrer?

Lembre-se, a vida é sua e veio com o direito divino de aproveitar ao máximo. Vamos colocar aquela menininha no colo e dizer para ela que tudo bem chorar, porque estaremos respeitando o choro dela? Assim, e só assim, ela vai saber que ela merece todo amor do mundo! Vamos dar um ponto final no sofrimento que não nos serve mais e abrir as janelas para as possibilidades infinitas que se aproximam a cada momento? A hora é AGORA!

Miria Kutcher